Início » Notícias e Artigos » Relação da Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN) e Demência
A hidrocefalia de pressão normal (HPN) é uma síndrome potencialmente reversível caracterizada clinicamente por aumento do tamanho dos ventrículos cerebrais (ventriculomegalia), comprometimento cognitivo, alteração da marcha (apraxia de marcha) e incontinência urinária. Foi descrita em 1965 por Salomon Hakim, mas somente em 1975, foi reportada a hidrocefalia sintomática em adultos sem aumento da pressão intracraniana ocorrendo na ausência de outras causas. Afeta adultos mais velhos, normalmente os que têm entre 60 e 70 anos de idade.
Em condições normais, existe um equilíbrio entre a produção, a circulação e a absorção de líquido cefalorraquidiano (LCR) nas cavidades cerebrais conhecidas como ventrículos. A hidrocefalia se desenvolve quando o LCR não pode circular corretamente pelo sistema ventricular ou quando a absorção na corrente sanguínea não é a mesma que a quantidade produzida.
Causa da Relação da Hidrocefalia de Pressão Normal
A causa da HPN não é totalmente conhecida. Há um distúrbio na dinâmica do LCR, com aumento da resistência do fluxo do LCR e comprometimento da capacidade de reabsorção, decorrentes, possivelmente, de alterações viscoelásticas do parênquima encefálico associadas ao envelhecimento. O acúmulo do LCR gera aumento dos ventrículos e compressão dos tecidos cerebrais adjacentes, ocasionando os sintomas observados.
Os sintomas na HPN aparecem de forma gradual e progressiva, geralmente na seguinte ordem:
A deterioração neuropsicológica já é bem estabelecida na literatura. O perfil cognitivo na HPN é marcado por déficits executivos, capacidade de aprendizagem e evocação comprometidas, lentidão no processamento de informações e velocidade psicomotora reduzida. Acredita-se que os déficits executivos decorrem de disfunção nos circuitos fronto-subcorticais. A importância de uma avaliação médica e diagnóstico adequados é a possibilidade de reversão ou melhoras dos sintomas após o tratamento da HPN.
A HPN pode apresentar dificuldade de diagnóstico, uma vez que nem todos os sintomas podem surgir ao mesmo tempo. Além disso, esses sintomas são frequentemente relacionados a outras condições comuns da população idosa (como a doença de Parkinson, a osteoartrite e a doença de Alzheimer).
Para o diagnóstico, além do quadro clínico do paciente, um ou mais dos seguintes exames diagnósticos são normalmente usados para verificar se há HPN:
Confirmando-se o diagnóstico clínico de HPN, o tratamento é por meio de uma cirurgia para implante de um sistema de derivação ventrículo-peritoneal, mais conhecido com válvula de DVP. Essas válvulas são geralmente formadas por dois cateteres e uma válvula unidirecional e têm como objetivo retirar o LCR em excesso do sistema nervoso central para outra parte do corpo, habitualmente a cavidade abdominal. As melhores válvulas disponíveis para o tratamento da HPN são as válvulas programáveis, que permitem a regulagem do seu funcionamento mesmo após o seu implante, adequando-se a pressão de abertura do sistema aos sintomas e evolução do paciente. Quando essas válvulas não estão disponíveis para serem usadas, uma válvula de pressão fixa também pode ser utilizada, devendo o médico neurocirurgião adequar a escolha a cada paciente.
Conclui-se que HPN é síndrome que não pode ser considerada incomum, devendo, sempre, ser lembrada como diagnóstico diferencial de demências e distúrbios de marcha no idoso. A avaliação clínica é fundamental, bem como a correta propedêutica laboratorial, por tratar-se de patologia tratável.
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