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Os tumores intracranianos representam cerca de 2% dos tumores do corpo humano. Podem ter como origem estruturas localizadas no compartimento intracraniano (tumores primários), ou representarem disseminação de células localizadas fora do sistema nervoso central (metástases).
Ambos podem se manifestar através de sintomas deficitários ou irritativos, Os primeiros são causados por compressão do parenquima cerebral propiciando, de acordo com a região acometida, fraqueza motora, distúrbio de campo visual, de sensibilidade ou linguagem. Podem ainda causar disfunção de nervos cranianos como nervo óptico, auditivo ou facial. Os sintomas irritativos são caracterizados principalmente por crises convulsivas (irritação parenquimatosa) zumbido, espasmo facial ou nevralgia do trigemeo (irritação dos nervos coclear, facial e trigemeo respectivamente). Alguns tumores, como os adenomas hipofisários, podem manifestarem-se através de distúrbios endocrinológicos.
As metástases representam o tumor intracraniano mais frequentemente encontrado, sendo provenientes principalmente de tumores de pulmão, mama, melanoma, tumor renal e tumor colo-retal. Dentre as opções terapêuticas incluem-se cirurgia, radiocirurgia, radioterapia ou a combinação destes tres métodos. As variáveis que determinarão a terapêutica mais adequada são: número, tamanho e localização das lesões, o grau de comprometimento da doenca primária extra sistema nervoso central, o quadro clínico geral e neurológico e a radio ou quimiosensibilidade da lesão.
Dentre os tumores primários, 51% são gliomas, 25% meningeomas, 9% adenomas hipofisários, 7% neurinomas e 8% outros diversos, Os fatores que poderiam determinar sua formação são inúmeros, desde a ausência do gene inibidor de sua formação até fatores ambientais e individuais que influenciariam na carcinogênese. No entanto, uma vez que nenhum destes fatores é responsável por uma grande proporção dos casos esta definição continua sendo intensamente pesquisada.
Os gliomas são tumores próprios do parenquima cerebral e tem sua origem nas células da glia, que correspondem às células formadoras da estrutura do parenquima cerebral, sendo, por isto, infiltrativos, Classificam-se em gliomas de baixo grau (glioma benignos) ou de alto grau (gliomas malignos). Os gliomas de baixo grau acometem uma populacão mais jovem (30-40 anos) e tem uma evolucão mais lenta. Podem, no decorrer da evolução, transformarem-se em gliomas malignos. Estes se apresentam primariamente em pacientes situados em uma faixa etária superior (40-50 anos) e são bastante agressivos. O tratamento do gliomas também pode ser feito através de ciruurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação destes métodos. O aspecto radiológico com características de glioma de alto ou baixo grau, os sintomas apresentados pelo paciente e a localização da lesão, favorecendo ou não a cirurgia radical, é que nortearão a conduta terapeutica. É discutível o papel da radiocirurgia em gliomas, assim como a quimioterapia em gliomas de baixo grau.
O meningeomas são tumores benignos de crescimento lento que ocorrem com maior frequencia no sexo feminino devido à presença de receptores de progesterona na membrana celular da maioria dos tumores. Devido ao ritmo lento de crescimento propiciando maior capacidade de adaptação do sistema nervoso central, podem atingir grandes volumes antes do início da sintomatologia. Seu crescimento é maior em mulheres jovens principalmente quando existe aumento da progesterona sérica (através da gestação ou da reposição hormonal). O tratamento é cirúrgico e, caso se consiga a remoção total, a chance de cura é de 95%. Infelizmente, devido ao tamanho e à relacão com estruturas neuro-vasculares principalmente situadas na base do cranio, a remocão total, sem que haja sequelas definitivas é, algumas vezes, impossível. Nestes casos, existem tratamentos adjuvantes paliativos como a radioterapia ou a radiocirurgia estereotáxica, cujo objetivo é controlar o crescimento do tumor (estacionar ou regredir seu volume). Apesar de inúmeras tentativas (bloqueadoores de progesterone como a mifepristone e quimioterápicos como a hidroxiúréia), não existe tratamento medicamentoso efetivo para meningeomas,
Os adenomas hipofisários originam-se da glandula hipófise situada na base do crânio e podem cursar com sintomas visuais por compressão das vias ópticas ou por sintomas endocrinológicos por aumento da producão hormonal. Podem ser produtores de hormônio de crescimento (manifestam-se por acromegalia ou aumento das extremidades), cortisona (manifestam-se por doença de Cushing) ou prolactina (manifestam-se por perda do ciclo menstrual e secreção mamária na mulher e perda do libido no homem). Com exceção do prolactinoma, tratado inicialmente com terapia medicamentosa (bromocriptina), os outros tumores hipofisários, produtores ou não de hormônios, devem ser tratados cirurgicamente. Na grande maioria dos casos, esta cirurgia é realizada através de acesso transnasal com auxílio do microscópio ou do endoscópio cirúrgico.
Os neurinomas originam-se a partir da bainha dos nervos cranianos e também são tumores benignos de crescimento lento com predomínio no sexo feminino. Podem ser encontrados em qualquer nervo craniano, mas os mais frequentemente acometidos são os nervos vestibulares (classicamente chamado de neurinomas do acústico), nervo trigemeo e nervo glossofaríngeo. Seu sintoma inicial é relacionado ao nervo de origem e àqueles acometidos por proximidade. O tratamento que possibilita a cura é a remoção cirúrgica clássica mas, devido ao risco cirúrgico, alguns preferem optar pelo tratamento por radiocirurgia como alternativa para controle do crescimento do tumor. O neurinoma pode estar associado à doença genética denominada neurofibromatose, principalmente nos casos de ocorrência bilateral.
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